Este Padre Luis Antonio Farinhote sendo pároco de S. Mamede de Infesta aquando da implantação da República em 1910, detinha este cargo desde 1877. No seu tempo foi encomendada a estátua do Senhor dos Passos uma obra prima cujo esboço foi feito pelo escultor Soares dos Reis e acabado por Teixeira Lopes. Com ele iniciou-se a procissão do Senhor dos Passos, em 1896.
Era bastante querido da população desta cidade e trabalhou com o então presidente da Câmara de Matosinhos, Dr Godinho de Faria, médico que aqui residia desde a sua formação como médico na Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
Quando se deu a implantação da República alinhou pelos ideias republicanos, mesmo sendo estes contrários à igreja como se sabe. Mas o Padre Farinhote colocou-se ao lado deles, fazendo surgir a revolta de algum clero contra a sua pessoa e em especial do bispo do Porto, o barcelense D. António Barroso.
Quadro de fotografia do Pe Luis António Farinhote existente na Igreja de S. Mamede de Infesta
Vendo a miséria em que vivia a população de S. Mamede, ofereceu a residência paroquial para nela instalar uma escola primária que fomentasse o ensino e contribuísse paa o desenvimentro da freguesia. Esta escola primária funcionou até ao ano de 1948, altura em que foi construída a actual residência paroquial nesse mesmo local. Ele deixa a casa e vai viver para uma outra casa na Rua da Igreja Velha.
A seguir mostra-se uma fotografia de uma miniatura em fósforos feita por um mamedense, única imagem viva para recordação dos muitos habitantes de S. Mamede ainda vivos que aí aprenderam as primeiras letras.
Esta é uma maqueta daquilo que era essa casa transformada em escola, de acordo com esboço feito por quem a conheceu
Maqueta da escola primária que era a residência paroquial
Esta casa escola foi destruída sem qualquer respieto pelo passado, com autorização da Mitra (episcopal) e dos poderes públicos fascistas de então
Tudi isto provocou a fúria da autoridade religiosa, senda a igreja interdita pelo bispo, o que significou a proibição de nela se particarem actos religiosos. O Padre Farinhote não se atormentou e prosseguiu os seus ideiais de auxílio aos necessitados e de colaboarção com os republicanos.Durante 6 anos andou fugido. Com ele levou os livros de registo paroquial, pelo que durante anos se tornou difícil fazer o controlo da vida civil e religiosa dos mamedense. De lembrar que, até à República, não existia em Portugal a obrigatoriedade do registo civil, pelo que o registo religioso também servia como registo civil.
Muito bem.
ResponderEliminarA atitude deste pároco mostra que ainda havia párocos que alinhavam ao lado do povo e dos seus problemas
Agora também há párocos que defendem e estão ao lado das populações nas suas nobres aspirações.
EliminarMeu Caro Delfim:
ResponderEliminarBem haja por recordar aqui a actuação do meu Tio-Trisavô naqueles conturbados tempos.
Atentamente,
Luis António Farinhote Fernandes
Muito obrigado pelo seu comentário. Nunca é tarde para nos lembrarmos dos antepassados que deram um bom contributo para o desenvolvimento desta cidade de S. Mamede de Infesta.
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