sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Rua Cinco de Outubro

Trata-se de uma rua que adoptou o nome da data em que foi implantada a República em Portugal, em Lisboa.


O nome da rua Cinco de Outubro no seu iníicio


Se bem que S. Mamede de Infesta não possuía grandes tradições republicanas, a verdadse é que o novo regime poilítico até foi bem aceite pela população, salvo alguns percalços. Daí se explique a aceitação do regime e a alteração da toponímia que aconteceu com esta rua, possuidora anteriormente de um outro nome que conduz mais directamente as pessoas desta cidade para a sede do concelho, em Matosinhos.



Esta rua começa após o fim da avenida do Conde, no local onde começa a rua da Mainça, na zona da Pedra Verde, e vai até à rua Monte da Mina.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Avenida Marechal Gomes da Costa

Este militar que comandou o corpo expedicionário português na 1ª Guerra Mundial tem uma avenida com o seu nome em São Mamede de Infesta.


Placa com o nome da avenida no cruzmento com a rua Padre Costa

Porque razão existirá uma avenida com o nome deste militar?

Acreditamos que são várias as razões para tal. Ei-las:

Marechal Manuel Gomes da Costa
Uma residirá no facto deste militar, velho combatente das colónias portuguesas contra as aspirações alemãs sobre os territórios ditos portugueses em África, ter sido o comandante do CEP - Corpo Expedicionário Português - que combateu em França contra os alemães. Os republicanos foram adeptos fervorosos da participação de Portugal na Grande Guerra, como se sabe. Daí o interesse nessa participação portuguesa na guerra. E talvez, por isso, tenha havido algum querer, por parte dos republicanos, em fazer perdurar nesta cidade a memória dete militar.

Outra residirá no facto de terem passado por S. Mamede de Infesta as tropas dirigidas pelo então General Gomes da Costa, vindas de Braga a caminho do Poro, aquando da revolta de 28 de Maio de 1926.

Ponte medieval sobre o rio Leça, na Ponte da Pedra, Leça do Balio

As tropas, apeadas, de carro, a cavalo com o respectivo armamento passaram pela rua Godinho de Faria e rua Silva Brinco a caminho do Porto, depois de terem passado pela Ponte da Pedra sobre o rio Leça. Este exército revoltoso estava a seguir os passos e os trilhos sehuidos e deixados pelos romanaos aqunado do seu domínio sobre esta parte do território da Península Ibérica. Como a história se repete em termos militares!!!. Existem testemunhos e tradições orais a atestar a passagem destas tropas, no dia seguinte à revolta surgida em Braga e que causaram grande reboliço e alteração entre a população desta freguesia aquando da sua passagem por cá, admirados com tal exibição e aparato militares, passante por esta localidade a caminho do Porto e de Lisboa.

Casa junto à Ponte da Pedra com data de 1929

Talvez tenha sido para comemorar esta passagem sobre a ponte do rio Leça, à Ponta da Pedra, que se tenha erigido a casa junto à ponte nova sobre o rio Leça, ergiuida sobre este rio em meados do século XIX. Esta casa ostenta a data de 1929, conforme fotografia, e terá servido para controlar a passagem de peões e carros sobre a nova ponte. Também é de referir que é neste ponto que termina a rua Godinho de Faria, iniciada ao pé da Junta de Freguesia de S. mamede de Infesta.

Avenida marechal Gomes da Costa, desde o largo do Associativismo

 Como esta avenida se dirige no mesmo sentido para o Porto, foi aproveitada esta rua, que corre paralela às duas ante smencionadas, para se lhe dar o nome desse militar, tão querido tanto dos republicanos como dos dirigentes saídos do golpe de 28 de Maio que instaurou a ditadura militar em Portugal.




Rua Almirante Reis - S. Mamede de Infesta

Esta rua tem aspecto de ser uma rua nova, isto é , com menos de 100 anos. Mas não temos a cereteza.
Começa por detrás da igreja paroquial de S. Mamede, onde se encontra a placa que a seguyir se indica




Porque razão tem este nome?
É o que vamos referir.
Bem próximo, a sul, encontra-se  rua do Centro que tem esse nome pelo facto de nessa rua ter existido um Centro republicano e democrático sob a invocação de Cândidos dos reis, almirante que se suicidou no dia 4 de Outubro de 1910, ao ver que a revolta republicana, a que se encontrava à frente como chefe militar apesar de reformado, se apresentava sem possibilidades de ter êxito.
Ora este militar também é conhecido como o almirante Reis
Ora foi devido a estas circunstâncias que esta rua adoptou o seu nome: a proximidade do centro repub.licano e o nome de almirante Reis.
A rua é airosa, direita, sem curvas, com pequena distância a percorrer. Eis uma fotografia dessa rua, vendo-se a igreja de S. Mamede ao fundo.

                   

A rua termina num entrocamento com a rua de Moalde. Ai também se encontra uma placa a identificar o nome da rua.



Placa com o nome da rua, na ponta leste


Rua do Centro - S. Mamede de Infesta

Uma das ruas mais cinhecidas de S. Mamede de Infesta chama-se Rua do Centro que vai desde o começo da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Rua de Moalde. Não é uma rua curta, mas é muito tortuosa. Atér aparece uma das ruas direitas das cidades mais antigas.


Nome da rua do Centro, colocado no extremo leste e no entroncamento com a rua de Moalde

Por que terá este nome?

Vou dizer qual a razão porque esta rua se chama assim.

Existiu nesta rua um Centro Republicano - chamado Centro Republicano e Democrátrico Cândido dos Reis - num edifício que já não existe, do lado esquerdo, na direcção leste desta rua.
Esse centro republicano começou a funcionar com a implantação da República, em 1910, segundo informações que chegaram ao meu conhecimento.
Esse centro republicano já desapareceu h+á bnastante tempo.
Todavia, devido ao movimento de pessoas e de ideias políticas que se levantaram em torno deste centro, a rua abandonou o seu antigo nome e passou a chamar-se rua do Centro, nome que ainda mant+ém nos nossos dias.


Inícipo da rua do Centro - S. Mamede de Infesta

Veja também este video sobre o início desta rua, a aprtir do início da Avenida Marechal Gomes da Costa e do Largo da Cruz.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dr Abílio Adriano Campos Monteiro

Trata-se de um médico natural de Torre de Moncorvo, Trás-os-Montes, mas que viveu em S. Mamede de Infesta, aqui passando a maior parte da sua vida após  a sua formação em Medicina.

Abílio Adriano de Campos Monteiro

Diz-se que também por ter casado com uma bela rapariga de S. Mamede, a Srª Dª Olívia de quem teve quatro filhos.

 Viveu os últimos anos da monarquia, fundou jornais em defesa desta terra. Com o advento da República, moderou os seus ideias monárquicos, mas não enveredou pela defesa deste regime, mantendo-se monárquico, chegando a ser eleito deputado monárquico durante a Monarquia do Norte
A ele está ligada a história do Rippert, meio de transporte muito utlizado em S. Mamede de Infesta por esta época na sua ligaça cidade do Porto.
Dos quatro filhos, um era médico, Germano, e o outro foi escritor e dramaturgo. Também teve duas filhas
Além de médico, sendo muito famoso, dedicou-se à defesa das suas ideias com crónicas, ao romance, à poesia e ao teatro. Aqui está a capa de uma das suas obras



Morreu em 1933 em S. Mamede de Infesta, com uma idade pouco avançada, quando se esperava bastante da sua intervenção na sociedade do seu tempo.

Dr Fernando António Godinho de Faria

O Dr Francisco Fernando Godinho de Faria era o presidente da Câmaa Municipal de Matosinhos quando a República triunfou como regime político em Portugal.
È mais conhecido como Dr Godinho de Faria.



Apesar de não ter nascido em S. Mamede de Infesta foi aqui que passou a morar em 1886 quando se formou em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto com um trabalho sobre as propriedades curativas do vinho.

Godinho de Faria


E aqui passou a exercer a sua profissão.
Como presidente da Câmara de Matosinhos, acompanhou o funeral de Rocha Peixoto para a Póvoa de Varzim, em Maio de 1909.
Actualmente, existe uma rua muito importante de S. Mamede que tem o seu nome.
O último presidente da Câmara de Matosinhos na transição da monarquia para a república foi o Dr. Francisco Fernando Godinho de Faria, tendo falecido neste freguesia em 27/9/1919.
Publica, em 1879, Vinhos portuguezes considerados hygienica e therapeuticamente. É uma Dissertação Inaugural feita em parceria com Monteiro, António de Oliveira.

Em 1899, edita a conhecidíssima Monografia do Concelho de Bouças, livro ainda hoje indispensável para se conhecer a história do concelho de Matosinhos.

Centro Democrático e Republicano Cândido dos Reis

Em S. Mamede existiu um centro replicano que muito contribuiu para a difusão das ideias republicanas.
No concelho de Matosinhos existiram, pelo menos, mais dois centros republicanos: um na cidade de Matosinhos sob a titularidaee de Pinheiro Chagas e outro na freguesia de Lavra sob a titularidade de Guerra Junqueiro.
Este centro republicano chamava-se centro Republicano e democrático Cândido dos Reis em honra deste herói da República que tinha esse nome.

Almirante Cândido dos Reis

O nome de Centro Republicano deu origem ao nome da Rua do Centro porque este centro republicano se sedeava nesta rua numa casa já desaparecida e que ocupa a parte central do esquisso apresentado (é o edifício com uma porta de rua e duas janelas na parte superior), da autoria do Sr Engº Monteiro dos Santos, feito a aprtir de testemunhas presenciais.

Centro Democrático e Republicano Cândido dos REeis, visto desde a rua

O nome do almirante Cândido dos Reis também originou o nome da rua Almirante Reis por detrás da igreja matriz. De lembrar qu este almirante era também conhecido apenas por almirante Reis, tendo S. Mamede dado precisamemte este nome à rua de que se fala.

No interior do edifício existia uma amplo salão onde se juntavan os republicanos e adeptos do republicanismo para as suas activbidades. No fundo da sala sobre a parede, estendia-se uma longa bandeira verde e rubra da República segundo o testemunho daqueles que presenciaram essa decoração da sala, de que se junta também um esquisso da autoria do mesmo Sr Engº Monteiro dos Santos.


Interior do Centro Democrático e Republicano, de S. Mamede de Infesta

Também não se pode esquecer que existia a tradição de comemorar a República neste centro deitando foguetes, fazendo palestras e todo um arraial de festa, de que algumas pessoas mais antigas ainda se lembram
O aspecto actual do local onde se encontrava este Centro Republicano é este. Ao fundo, vê-se a casa do estilo Arte Nova, ontemporãneo do Centro e que ainda se conserva.



Por fim, um pequeno filme actual sobre a rua e o local onde se encontrava o Centro republicano

domingo, 6 de dezembro de 2009

Acontecimentos do Telheiro


A implantação da República, em 1910, não foi fácil em S. Mamede de Infesta.
Com efeito, num dos lugares mais conhecidos desta cidade -a zona do Telheiro - aconteceram cenas pouco edificantes para a implantação da República. Fixemo-nos em duas

Um dos monumentos mais conhecidos é a pequena capela em honra de Santo António, existente no cruzamento da Rua Silva Brinco com a rua de Samto António do Telheiro a oeste e da Rua Campos Monteiro a leste.
Esta pequena capela esteve colocada próximo da capela de Santo Antóno do Telheiro, no largo com o mesmo nome. Todavia acabou por ser deslocada para o local onde hoje se encontra, a fim de mais facilmente auferir as esmolas que os transeuntes depositavam nesta capela, ao passar pelo Telheiro, pois as pessoas começaram a deslocar-se mais por esta rua do que por aquela que se encontra mais abaixo quando esta rua foi aberta em direcção ao centro de S. Mamede no início do século XIX.
Ora foi esta pequena capela, em honra de Santo António, destruída à bomba nessa altura, sendo a sua destruição atribuída aos republicanos ou seus defensores, fazendo jus à sua fama de anticlericalismo. Todavia, a devoção popular rapidamente reconstruiu a capela, senda essa reconstruída a que aí existe actualmente.


Outra tem a ver com a morte de uma pessoa e ferimentos em outras mais. Com efeito, apesar da vitória republicana ter sido comunicada por via telefónica, como se sabe, houve pessoas que não aceitaram essa mudança de regime. Entre esses estavam pessoas que viviam no Telheiro.Pois um desses mais acérrimos defensores da monarquia que vivia na Rua Silva Brinco um pouco a sul da actual Padaria de Santo António, foi uma das vítimas dos ataques dos republicanos contra os defensores da velha monarquia. Dizem que houve várias escaramuças entre os defensores dos dois regimes com mais vítimas desses confrontos, se bem que não terão existido mais mortes.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Padre Luis António Farinhote


Era o pároco de S. Mamede de Infesta aquando da implantação da Rpública
Este Padre Luis Antonio Farinhote sendo pároco de S. Mamede de Infesta aquando da implantação da República em 1910, detinha este cargo desde 1877. No seu tempo foi encomendada a estátua do Senhor dos Passos uma obra prima cujo esboço foi feito pelo escultor Soares dos Reis e acabado por Teixeira Lopes. Com ele iniciou-se a procissão do Senhor dos Passos, em 1896.
Era bastante querido da população desta cidade e trabalhou com o então presidente da Câmara de Matosinhos, Dr Godinho de Faria, médico que aqui residia desde a sua formação como médico na Escola Médico-Cirúrgica do Porto.
Quando se deu a implantação da República alinhou pelos ideias republicanos, mesmo sendo estes contrários à igreja como se sabe. Mas o Padre Farinhote colocou-se ao lado deles, fazendo surgir a revolta de algum clero contra a sua pessoa e em especial do bispo do Porto, o barcelense D. António Barroso.

Quadro de fotografia do Pe Luis António Farinhote existente na Igreja de S. Mamede de Infesta

Vendo a miséria em que vivia a população de S. Mamede, ofereceu a residência paroquial para nela instalar uma escola primária que fomentasse o ensino e contribuísse paa o desenvimentro da freguesia. Esta escola primária funcionou até ao ano de 1948, altura em que foi construída a actual residência paroquial nesse mesmo local. Ele deixa a casa e vai viver para uma outra casa na Rua da Igreja Velha.
A seguir mostra-se uma fotografia de uma miniatura em fósforos feita por um mamedense, única imagem viva para recordação dos muitos habitantes de S. Mamede ainda vivos que aí aprenderam as primeiras letras.
Esta é uma maqueta daquilo que era essa casa transformada em escola, de acordo com esboço feito por quem a conheceu


Maqueta da escola primária que era a residência paroquial

Esta casa escola foi destruída sem qualquer respieto pelo passado, com autorização da Mitra  (episcopal) e dos poderes públicos fascistas de então
Tudi isto provocou a fúria da autoridade religiosa, senda a igreja interdita pelo bispo, o que significou a proibição de nela se particarem actos religiosos. O Padre Farinhote não se atormentou e prosseguiu os seus ideiais de auxílio aos necessitados e de colaboarção com os republicanos.
Durante 6 anos andou fugido. Com ele levou os livros de registo paroquial, pelo que durante anos se tornou difícil fazer o controlo da vida civil e religiosa dos mamedense. De lembrar que, até à República, não existia  em Portugal a obrigatoriedade do registo civil, pelo que o registo religioso também servia como registo civil.